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Paulo Afonso

Janaina Fidalgo/Folha Imagem
Paisagem de Paulo Afonso (BA), onde esportes radicais atraem turistas

JANAINA FIDALGO*
da Folha Online

A Nova Zelândia do Brasil. É desta forma que Paulo Afonso quer ser conhecida, como a meca dos esportes radicais, assim como Queenstown -cidade neozelandesa considerada a capital mundial da aventura.

Famosa por suas usinas hidrelétricas e por ter sido refúgio do cangaceiro Lampião e de seu bando, a cidade, que já foi cenário do filme “Baile Perfumado”, atrai aventureiros em busca de emoção, adeptos do ecoturismo e turistas que ficam seduzidos pelas belezas do sertão nordestino.

Embora esteja distante 460 km de Salvador, Paulo Afonso tem posição privilegiada -faz divisa com Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Depois da construção das usinas de energia hidrelétrica, que modificaram drasticamente as características do local, a cidade se transformou numa ilha artificial.

Nem fotos nem vídeos, por melhores que sejam, são capazes de revelar a verdadeira beleza das paisagens de Paulo Afonso. O cenário formado pelas águas do rio São Francisco, pelos cânions e pelo céu da cidade merece muitos minutos de admiração.

É justamente diante deste visual que uma série de esportes radicais, ou de aventura, como alguns preferem chamar, são praticados.

Uma ponte metálica com mais de 80 metros de altura sobre o "Velho Chico" serve de base para saltos de bungee jump, base jump e rope swing.

O bondinho de Paulo Afonso, que já foi usado para transportar os funcionários da Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco), hoje serve de "trampolim" para os praticantes de rapel.

A tirolesa, técnica de escalagem, é montada no Angiquinho. Com um pouco de disposição para "escalar" as rochas da região, o turista pode descer por uma corda e nadar nas águas verdes do rio São Francisco.

Pára-quedismo, trike, rally, motocross, mountain bike e trekking são outras aventuras praticadas na cidade.

Infra-estrutura

Mas para se equiparar a Queenstown, na Nova Zelândia, onde são praticados bungee jump, rafting e base jump, Paulo Afonso ainda tem de se desenvolver e melhorar sua infra-estrutura.

A rede hoteleira da cidade é reduzida e as opções de alimentação, restritas. Outra coisa que salta aos olhos de quem visita Paulo Afonso é a grande quantidade de lixo espalhada em lugares que deveriam ser preservados, já que a beleza da paisagem local é inquestionável.

Segundo o prefeito de Paulo Afonso, Paulo Barbosa de Deus, a cidade tem dificuldades quanto à questão da infra-estrutura. "Não recebemos ajuda da Embratur. Sinto que não existe empenho. Precisamos de pessoas de fora [estrangeiros] para investir."

Quanto ao lixo, que deteriora a bonita imagem da vegetação de caatinga que domina a cidade, o prefeito atribuiu a culpa à Chesf. "O lixo é responsabilidade da Chesf. Se essa área fosse da alçada da prefeitura não estaria assim", afirmou.
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